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Sinopse – A educação sexual da criança
Em muitos casos, as chamadas famílias monossexuadas apresentam-se como comunidades fechadas sobre si mesmas, zelosas das próprias prerrogativas e, não raro, hostis em relação ao sexo oposto. Por vezes, essa hostilidade se manifesta mesmo em famílias que, ao menos teoricamente, possuem um representante do “sexo inimigo”. Quando presente, porém, tal figura pode estar reduzida a uma existência quase nominal — um pai ou mãe absorvido por preocupações externas, alheio ao que se pensa, se decide e se constrói no lar. Assim, há paterfamilias que, embora chefes de nome, são praticamente afastados da dinâmica familiar por uma comunidade interna do sexo oposto.
Em princípio, a verdadeira coeducação começa no nível dos próprios coeducadores, isto é, no equilíbrio e interação entre os cônjuges. É dessa complementaridade, vivida no seio conjugal, que nasce o primeiro fator de uma educação equilibrada no ambiente doméstico. Nesse sentido, a ausência de um dos polos — masculino ou feminino — gera a anomalia das famílias monossexuadas.
Tal situação pode surgir pela morte de um dos cônjuges, pelo divórcio, pela separação ou por outros motivos, resultando numa configuração tanto mais delicada quanto menor for o núcleo familiar. O caso mais crítico é o da criança única criada por um único progenitor, sobretudo quando este é do mesmo sexo.
Assim, encontram-se com frequência lares compostos por mãe e filha, mais comuns que a combinação pai e filho. Nessas uniões, pode desenvolver-se uma complexa mistura de afeto intenso e agressividade latente. São relacionamentos em que o amor e a admiração coexistem com discussões frequentes, e onde manifestações de ternura e de hostilidade se entrelaçam de modo peculiar.
No caso pai-filho, observa-se por vezes uma relação de camaradagem, com o pai assumindo certos traços de cuidado típicos do papel materno. Todavia, a ausência de um elemento representativo do sexo oposto leva, também aqui, a um desequilíbrio perceptível: o filho, privado de um modelo feminino próximo, pode ver comprometido o seu desenvolvimento afetivo e relacional.
Com efeito, a criança necessita, para o seu desenvolvimento harmonioso, de se reconhecer e se situar no espaço relacional que existe entre dois polos complementares — masculino e feminino — concretamente representados pelo pai e pela mãe. A ausência prolongada de um desses polos cria um vazio educativo e formativo que nenhuma substituição meramente afetiva consegue suprir
Ficha Técnica:
ISBN: 9786586992250
Editora: Liceu
Dimensões: 14.00 x 21.00 cm
Páginas: 152
Idioma: Português
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